“Surrender”(ed) ontem, perante os Tiguana Bibles - Design, Inspiration & Rock 'n' Roll

17/03/12

“Surrender”(ed) ontem, perante os Tiguana Bibles

17/03/12
Foto Março Jovem Seixal 2012
Ontem teve lugar a segunda noite Antena 3 no Março Jovem Seixal 2012, que contou com a presença dos Ladrões do Tempo, naquele que foi o seu segundo concerto ao vivo desde a criação da banda, e com os Tiguana Bibles, que se despediram ontem com o último concerto da banda.

Deixem-me começar por dizer que foi desesperante olhar para aquela sala vazia e imaginar onde é que um gajo em palco poderia ir buscar forças para ter algum ânimo e continuar a tocar. Os Ladrões e os Tiguana não mereciam tal coisa - quanto aos Ladrões, o Nuno Calado fez a proposta “honesta” ao Zé Pedro para eles virem tocar apesar do budget curto, ao que o Zé foi um porreiro e veio com a sua malta; e os Tiguana, enfim, seria o seu último concerto, e era de pedir mais... Mas enfim, vida de artista tem também, e infelizmente, destas coisas.

A banda do Zé Pedro, do Samuel Palitos, do Paulo Franco, do Tó Trips e do Pedro Gonçalves abriu a noite com rocalhada da grossa apesar do ambiente de cortar à faca na plateia - e meus amigos, bem ajam pela bela atitude punk que têm para partilhar. Apesar do curto concerto com 6 músicas, e um encore em que (como se diz na rádio Fazuma e o Paulo nos relembrou “quando a música é fina, rebobina”) se “rebobinou” e tocou pela segunda vez o single “Mora na Filosofia”.

Os Tiguana Bibles, após o malfadado problema técnico na abertura das cortinas que atrasou a sua entrada, deram um show de se lhe tirar o chapéu e foram, para mim pessoalmente, uma surpresa enorme, uma vez que era pouco o que conhecia do seu trabalho e esse pouco, espicaçado pelas boas recomendações que o Calado deu.

A banda de Coimbra, com a Tracy Vandal na voz (e que voz e que presença), Victor Torpedo, Carlos Mendes, Pedro Serra e Augusto Cardoso, deu o concerto da noite e aqueceu quem por aquela sala mantinha o rabinho sentado na cadeira fria do vazio das restantes.

A Tracy Vandal, com o seu engraçado sotaque escocês e dona de uma presença em palco digna de uma enorme leoa, atestou o que é ser uma vocalista rock enquanto ela própria ia atestando em palco o que restava da garrafa de Johny Walker que a vi levar consigo para os bastidores - tudo em honra do falecido colega Paul Hofner.

Adorei mas é triste e é estranho que justamente a noite em que os vi pela primeira vez ao vivo é precisamente a última noite em que eles actuariam.

Da parte que me toca, aqui fica o meu especial agradecimento ao Nuno Calado por me ter dado a conhecer (mais uma vez) uma grande banda, embora tema já não ir muito a tempo de os conhecer melhor.

Aproveito ainda para partilhar o link para o blog do Frank Marques que esmiuçou de forma excelente a noite de ontem e deixo-vos o video-clip da música “Surrender”, a última tocada ontem pelos Tiguana, antes do pequeno encore que a sucedeu.
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