Lembro-me desse dia, tal como muitos dos então adolescentes que entoavam a "Smells like teen spirit" como o seu hino - o hino da sua geração, e como em introspecção me perguntava como era possível sentir-me tão miserável com a morte de alguém que, ok, era um dos meus artistas de eleição, mas não um parente ou amigo. E lembro-me também de me sentir mal por me ter passado pela cabeça a ideia de que às vezes não é mesmo possível salvar alguém de si próprio até ter ouvido depois o Dave Grohl afirmar em viva voz o mesmo, apaziguando-me o espírito e fazendo-me concluir que, de facto era a pura da verdade, e no fundo, seria esse mesmo sentimento, quiçá meio egocêntrico, que nos faz ou despertar para a vida ou sucumbir ao nosso próprio desespero.
A sua morte foi, no fundo, uma morte dupla - a do Kurt e a dos Nirvana, que a partir desse momento terminaram, deixando uma marca na história da música e marcando uma linha de charneira relativa ao movimento Grunge.